O populismo surgiu na América Latina através de um processo que inaugurou uma nova configuração aos campos sociais e econômicos a serem experimentados, em diferentes níveis, nos países desta região. A partir da década de 1930, o recuo das economias européia e norte-americana possibilitou a expansão do parque industrial em Estados antes marcados por sua atuação, quase exclusiva, no mercado agro-exportador.
Dentro dessa nova realidade, os centros urbanos se desenvolveram e uma grande leva de trabalhos urbanos compôs um novo e expressivo agente político. De fato, a predominância da disputa pelo poder que se concentrava nas mãos das opressivas oligarquias dava lugar a um quadro político mais diluído. Democratas, liberais, socialistas, comunistas e anarquistas mostraram que o jogo político latino-americano ganhava maior complexidade.
Em meio a essas novas correntes, alguns representantes governamentais adotaram uma postura interessada em aproximá-los desses novos agentes sociais. Por meio do uso de um discurso nacionalista, muitas vezes articulado enquanto contraposição aos regimes oligárquicos, esses novos líderes ofereciam uma indefinida perspectiva onde a “defesa do povo” era sobreposta a uma ideologia política mais específica. Dessa forma, compreendeu-se a instalação do populismo na América Latina.
Sendo fenômeno ambientado nas grandes cidades, o populismo se apoiou em uma visível teatralização do poder onde o líder carismático utilizava de grandes eventos e dos novos meios de comunicação para se dirigir à nação. Não fazendo questão de um intermediário que viabilizasse tal diálogo entre a população e o Estado, os governantes populistas utilizavam de um discurso direto e ao mesmo tempo inflamado para conclamar o apoio popular.
Obviamente, essa aproximação não ficava somente no campo das palavras. Sendo um fenômeno atuante, o populismo, ao reconhecer o poder de ação política dos trabalhadores, realizava uma série de medidas em benefício de parcelas expressivas da população. Nesse conjunto de ações, a criação de programas assistencialistas, a inserção de leis trabalhistas e outras demais conquistas tinham a função de legitimar a instalação do populismo no poder.
Contudo, esses benefícios geravam uma contrapartida onde esse mesmo governante exigia uma autoridade que, muitas vezes, extrapolava os limites da democracia. Nesse sentido, vemos que em muitos dos governos populistas, existiram algumas práticas de natureza antidemocrática. Entre outros exemplos, percebemos o alargamento das funções políticas do Poder Executivo, o controle dos meios de comunicação por meio da censura e a subordinação dos movimentos sindicais.
No Brasil, o fenômeno populista teve início na década de 1930, quando Getúlio Vargas chegou ao poder. Nas demais nações latino-americanas, o populismo foi representado por outra série de governos como os de Juan Perón, na Argentina; José Maria Velasco, no Equador; Gustavo Rojas Pinilla, na Colômbia; e Victor Paz Estenssoro, na Bolívia.
A partir da segunda metade do século XX, o jogo político promovido pelo populismo começou a perder suas forças. Nesse outro contexto, a postura ambígua de muitos líderes populistas passou a representar um sério risco à hegemonia ideológica e política dos Estados Unidos no continente americano. Tendo como pano de fundo a Guerra Fria, os governos norte-americanos passaram a apoiar a derrubada de todos os governos que não se aliassem claramente ao bloco capitalista.
Outro fator que também contribuiu para a inviabilidade da prática populista girava em torno dos antagônicos interesses das classes trabalhadoras e a burguesia industrial. Em situação de crise econômica, a possibilidade de atender o interesse das camadas populares sem atingir os privilégios das elites se tornava cada vez mais complicado. Não por acaso, muitas das ditaduras que dão lugar aos regimes populistas latino-americanos foram claramente apoiadas por amplos setores da burguesia nacional.
Atualmente, apesar de não possuir a mesma expressividade de algumas décadas atrás, o populismo sustenta alguns resquícios na cultura política latino-americana. Analisando criticamente alguns governos, percebemos a permanência da autopromoção política por meio dos meios de comunicação e a utilização de programas sociais de motivação eleitoreira. De certa forma, essas seriam algumas manifestações que comprovam a sobrevida do populismo latino-americano.
O TEXTO acima foi extraído do site:
http://www.mundoeducacao.com.br/politica/populismo.htm
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MEU COMENTÁRIO: O populismo é um método de chegar ao poder e de nele permanecer por meio de uma relação carismática entre o líder e o povo. Concordo com o texto acima, analisando os governos da América Latina, vemos alguns lideres populista no século XXI, como: Lula no Brasil, Evo Morales no Equador e Hugo Chaves na Venezuela. Honduras teve o seu populista, mas a Justiça tratou de depô-lo.
Não vejo o populismo como algo mau, mas quando se governa através de discursos inflamados o risco do fanatismo político e da idolatria ao governante pode levar ao caos ou a ditadura truculenta. Não devemos esquecer que Hitler foi um governante populista, iniciou com medidas que teve grande clamor social, dizem que os trens só passaram a chegar no horário nas estações depois de Hitler que pôs ordem no país. Depois... virou um ditador satânico, Hugo Chaves esta indo no mesmo caminho. O maior populista brasileiro foi Getulio Vargas, mas este apesar do braço de ferro soube governar para o bem do povo e até hoje os brasileiros são gratos a diversas conquistas realizadas em seu governo como a CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS.
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