terça-feira, 24 de março de 2009

CORONELISMO

O fato do povo ter direito a voto não trouxe mudanças significativas na vida da população, porque em muitas regiões do país somente os ricos e poderosos tinham acesso a candidatura e poder para disputar as eleições locais, se estabelecendo os curais eleitorais de cada comunidade tendo seus respectivos coronéis que muitas vezes se alternavam no poder.

‘’O voto era instrumento ‘sem compromisso ideológico’.
A composição do poder, perpetuada por um colégio
eleitoral assentado sobre o sistema coronelista,
frustava qualquer modificação na estrutura política.’’
(NAGLE, Jorge. 2001. p. 13 e 15)





Em pequenas cidades, onde existiam clãs de latifundiários o coronelismo continuo se perpetuando como pratica política até porque o povo não tinha outras opções a não ser a dos clãs locais que já vinham governando no regime colonial e no período imperial do Brasil. Os poderosos continuaram no poder agora sob a bandeira da democracia:

“A implantação do regime republicano não provocou
a destruição dos clãs rurais e o desaparecimento dos
grandes latifúndios, bases materiais do sistema político
coronelista. Ainda mais, instituindo a Federação,
o novo regime viu-se obrigado a recorrer às forças representadas
pelos coronéis, provocando o desenvolvimento
das oligarquias regionais que, ampliando-se, se
encaminharam para a ‘’política dos governadores.‘’
(NAGLE, Jorge. 2001. p.10)


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o site www7.rio.rj.gov.br/.../prestandocontas/?55/3 traz uma sucinta explicação sobre como se formou o sistema de coronelismo no Brasil:

" A patente de "coronel" surgiu da participação na Guarda Nacional (criada em 1831 com a deposição de D.Pedro I), que assegurou a ordem interna no País durante o Império. Como apenas os mais abastados tinham condições de arcar com os custos da compra de uniformes e armas para pertencer à Guarda Nacional, o governo da Regência (1831-1842) colocou os postos militares da Guarda Nacional à venda: só não havia o posto de general porque este era prerrogativa do Exército. Com o tempo, o "coronel" passou a ser visto pela população como homem poderoso, de quem os demais eram dependentes. O "coronel" não era uma pessoa qualquer, era "o dono do lugar". Proclamada a República, a Guarda Nacional foi extinta, mas os coronéis de patentes compradas permaneceram na posse do título, do poder e das vantagens do posto."

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