sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL






A escravidão negra no Brasil foi a base das relações
de trabalho durante os períodos colonial e imperial. O
tráfico que alimentou o desenvolvimento da escravidão
dos africanos, contudo, não lucrou com o comércio
de crianças negras. Entre as poucas crianças que
embarcavam na costa africana, menor era a quantidade
das que sobreviviam à travessia do Atlântico até
o Brasil. Trinta e cinco dias durava uma viagem de
Angola até
Pernambuco, quarenta até a Bahia e cinqüenta até o
Rio de Janeiro. [...]
A condição primordial do ser escravo é de ser propriedade
de alguém. Segundo Gorender (1980, p. 62), a
escravidão assume sua forma completa quando decorrem
dois derivados desta condição primordial: a
perpetuidade e a hereditariedade. Dito de outra forma,
o escravo morre escravo e seus filhos serão também
escravos. Na sua condição de propriedade, o escravo
torna-se coisa, objeto. O Eclesiastes comparou o escravo
a um asno e Aristóteles escreveu que o boi serve
de escravo aos pobres; a Lei Aquiliana, em Roma,
equiparava o crime de morte de um escravo alheio
ao de um quadrúpede, para efeitos de indenização
do proprietário lesado; as ordenações portuguesas
– Manuelinas e Filipinas — sintetizam em um mesmo
texto o direito de enjeitar escravos e bestas por doenças
ou manqueira, quando dolosamente vendidos
(Gorender, 1980, p. 64)
(LIMA, Antonio J. T.. Infância, resiliência e escravidão negra no contexto brasileiro. Disponível
em: http://www.fsba.edu.br/dialogospossiveis/artigos/5/13.pdf. Acessado em
14/09/07)

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