domingo, 28 de fevereiro de 2010

1a REPÚBLICA – A EDUCAÇÃO E O NACIONALISMO

Selecionamos abaixo varios textos da Obra de Jorge Nagle para mostrarmos que a Primeira República brasileira teve um fenômeno bastante edificante para os brasileiros, foi o sentimento patriota de muitos líderes políticos que viam na Educação a chance dos brasileiros combaterem a desigualdade social e poderem discutir com as Oligarquias melhores condições de trabalho. O respeito a Ordem Nacional e a Educação era o caminho traçado pela Primeira Republica para colocar o Brasil entre os paises mais desenvolvidos do mundo.

Acredito que aqueles governantes brasileiros agiram certo e começaram pela base, isto é, criando escolas de ensino fundamental para todo lado, dando opção para que todos pudessem nos primeiros anos de suas vidas ter a educação mínima para que pudessem escolher e lutar por si próprio e pelos seus pares. O progresso é lento e gradual e deve-se começar pela base da escada, subindo degrau a degrau. Acho que estes homens que ajudaram a construir a nação brasileira acertaram. Entre eles cito um herói nacional: Olavo Bilac.

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‘’ Estes mostram as modificações nos diversos ramos
de atividade e nos contingentes da população empregados
nesse ou naquele ramo; da mesma forma, denunciam
a presença, não só de modalidade individual
e social, mas também estrutural.‘’
(NAGLE, Jorge. 2001. p. 45)

‘’As primeiras manifestações nacionalistas apareceram,
de maneira mais sistemática e mais influenciadora,
no campo da educação escolar, com a ampla divulgação
de livros didáticos e conteúdo moral e cívico
ou, melhor, de acentuada nota patriótica. (...) Ocorre
que a doutrinação iniciada no campo da educação escolar
repercutiu, na época, muito mais do que quaisquer
outras, além do que teve maior continuidade; e
com a situação criada com as colônias imigrantes,
principalmente no sul do país, e cuja conseqüência
mais significativa foi o desencadeamento do processo
de nacionalização da escola primária, aparece outro
foco desses sentimentos nacionalistas.’’
(NAGLE, Jorge. 2001. p. 64 e 65)



‘’(...) de um lado, existe a crença de que, pela multiplicação
das instituições escolares, da disseminação da
educação escolar, será possível incorporar grandes
camadas da população na senda do progresso nacional,
e colocar o Brasil no caminho das grandes
nações do mundo; de outro lado, existe a crença de
que determinadas formulações doutrinárias sobre a
escolarização indicam o caminho para a verdadeira
formação do novo homem brasileiro (escolanovismo).‘’
(NAGLE, Jorge. 2001. p. 134)


‘’Parece que são os velhos sonhos do republicanismo
histórico que voltam a perturbar a mente dos republicanos
quase desiludidos; por exemplo, o sonho da
República espargindo as luzes da instrução para todo
o povo brasileiro e democratizando a sociedade, ou
sonho de, pela instrução, formar o cidadão cívica e
moralmente, de maneira a colaborar para que o Brasil
se transforme numa nação à altura das mais progressivas
civilizações do século. (...) O entusiasmo pela
educação e o otimismo pedagógico, que tão bem caracterizam
a década de 1920, começaram por ser, no
decênio anterior, uma atitude que se desenvolveu nas
correntes de idéias e movimentos político-sociais e
que consistia em atribuir importância cada vez maior
ao tema da instrução, nos seus diversos níveis e tipos.
É a inclusão sistemática dos assuntos educacionais
nos programas de diferentes organizações que
dará origem àquilo que, na década de 1920, foi sendo
denominado de entusiasmo pela educação e otimismo
pedagógico.’’ (NAGLE, Jorge. 2001. p. 135)



‘’A escolarização é instrumento do progresso histórico,
eis a afirmação tornada princípio inquestionável.
Isso não significa que não fossem percebidas muitas
outras questões: era impossível deixar de perceber
os problemas de natureza política, econômica e social
que caracterizavam de maneira tão profunda o
terceiro decênio do século XX e colocavam o país
em situação de ‘crise’. A literatura educacional da
época mostra que, pelo menos na sua manifestação
mais superficial, tais problemas eram identificados e,
às vezes, discutidos; no entanto, perdiam a primazia
para os problemas especificamente educacionais,
desde que na solução destes se encontrava a chave
para resolver aqueles. As oligarquias deveriam ser
combatidas pelo esclarecimento que a escolarização
proporciona (...)‘’ (NAGLE, Jorge. 2001. p. 145)


‘’Aí se apresenta o princípio de que ‘A educação do
povo é a perda angular sobre que repousa a estrutura
toda da organização social. Sem educação o povo não
há estabilidade em nada’. (...) Sempre consideramos
a difusão da instrução como sendo, em última análise,
a solução de todos os problemas nacionais.‘’

‘’Esse modo de encaminhamento do problema repercutiu
não só na escola primária; penetrou, também,
na formulação da escola normal e da escola secundária,
ao mesmo tempo que provocava a superestimação
das escolas profissionais. Nesse último caso,
embora se pense na preparação de jovens para as
carreiras econômicas, o princípio se traduz de forma
a atribuir à escola profissional tão-somente o papel
de regeneração e formação das classes menos favorecidas.
Nos demais casos, o ponto de vista da profissionalização
provocou o reforçamento do manualismo
– na escola primária -, a ampliação da formação técnico-
pedagógica – na escola normal – e a discussão
entre as humanidades literárias, científicas e técnicas
– na secundária. Essa orientação do entusiasmo pela
escolarização evidencia parcela dos reflexos das mudanças
políticas, econômicas e sociais, que ocorreram
na época.‘’ (NAGLE, Jorge. 2001. p. 149)

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